O DIABO É O PAI DO ROCK
Este mito rondou as Igrejas evangélicas nos anos 80. A afirmação tema do nosso editorial “O diabo é o pai do rock”, feita por Raul Seixas, conhecido roqueiro brasileiro, já falecido, não foi a única centelha que incendiou debates e rendeu muitos livros e palestras.
Naquela época, muitos teólogos, musicistas e estudiosos da bíblia, debruçaram-se por longas horas em pesquisas relativas ao tema; eu mesmo estava entre eles. Havia uma “caça às bruxas” nas faixas musicais dos discos dos grupos de rock _ inclusive os evangélicos _ que eram submetidas a uma bateria de exames que consistia entre outros revirar as letras de trás para frente, vice e versa, para descobrir alguma mensagem oculta, bem como, tocar os discos na rotação invertida buscando ouvir algum sentido subliminar. A esse processo dava-se o nome de Backward Masking (Máscara ao contrário).
Naqueles anos, os televangelistas ocupavam grande espaço nas TVs e gastavam grande parte da programação em entrevistas bombásticas com especialistas até internacionais neste assunto. Confesso que busquei com afinco qualquer indício bem sustentado que me amparasse nas acusações contra a música rock. Encontrei apenas frases desconexas ou ilusões auditivas. Alguns afirmavam terem encontrado mensagens ocultas em trechos, se pronunciados no sentido inverso. Não duvido, mas questiono sua funcionalidade, já que todos somente ouviriam no sentido correto da música. Qualquer mensagem com menos que 100% de clareza não proclama nada, ou na melhor das hipóteses, o receptor receberia uma coisa e entenderia outra. Mas, devemos nos ater em verdades imutáveis e inquestionáveis contidas na Palavra de Deus.
Paulo Lima , 30 de setembro 2011.